Disrupção digital: quais os riscos de ignorar a evolução em sua empresa?
Disrupção digital: para muitos empresários esse é um nome feio e assustador. Isso é compreensível, já que muitos negócios deixaram de existir por não se adequarem a ela.
Mas, afinal, com o que estamos lidando? O conceito de “disrupção” foi criado pelo professor de Harvard, Clayton Christensen, para descrever inovações que oferecem produtos acessíveis a um novo mercado de consumidores, o que acaba desestabilizando as empresas líderes em seu segmento.
Neste conteúdo, Carlos Segatin, Senior Solutions Architect da Ascenty, compartilha um pouco da sua visão e reforça a importância de as empresas adotarem um olhar para o futuro e uma postura inovadora.
Continue a leitura e confira quais são os perigos que as inovações tecnológicas representam sobre os modelos tradicionais de negócios e como superar os desafios dessa nova era!
O que é disrupção digital?
A disrupção digital pode ser vista como um dos inúmeros reflexos das inovações tecnológicas. O conceito, na prática, traduz o surgimento de novos modelos de negócio que rompem totalmente com os anteriores. Assim, vemos uma rápida transformação nos padrões de mercado, fazendo também com que os consumos sejam transformados.
Para ser ter uma ideia, foi isso o que aconteceu com a indústria de áudio e vídeo com o surgimento do streaming. Em pouco tempo, as pessoas deixaram de utilizar mídias físicas para ter acesso a esse tipo de conteúdo e isso representou o fim dos tradicionais CDs e DVDs.
Outros grandes exemplos são o YouTube, que foi até ironizado pelos concorrentes quando surgiu, e os bancos digitais, que provocaram uma verdadeira revolução na forma com que as pessoas lidam com suas finanças.
A disrupção digital é uma oportunidade e não ameaça
Quando o assunto é disrupção digital, temos dois tipos de empresas: as que reclamam da evolução e as que enxergam uma oportunidade para crescer. Portanto, só tem medo da disrupção quem não vê a inovação como meta.
De fato, ela é um desafio a ser superado em muitas empresas, já que o surgimento de novos recursos digitais podem afetar sua posição no mercado. Porém, também é uma impulsionadora da inovação, à medida em que obriga o negócio a olhar para o futuro e buscar novas formas de manter competitiva, atualizada e relevante para o seu público.
Então, a maior dúvida aqui é: de qual lado você está? De acordo com uma pesquisa da Accenture, 63% das empresas contam com um alto nível de disrupção e 44% estão suscetíveis a ela no futuro.
Nesse sentido, fica claro que a maioria dos executivos vê a inovação e transformação digital como um fator positivo para o seu crescimento. Aliás, estudos demonstram que 75% dos executivos acreditam que a disrupção digital é uma forma de progresso.
Por outro lado, os dados apontam que apenas 13% das organizações afirmam estar totalmente prontas para esse cenário. Ou seja, embora exista o reconhecimento de seu valor e inevitabilidade, muitos gestores ainda não se movimentaram para transformá-la em oportunidade.
Negócios com o olhar no futuro já estão aproveitando a evolução. Seja ágil!
Percebemos que a disrupção digital pode exigir uma reformulação do negócio, extinguindo ou até mesmo impulsionando algumas iniciativas para sobreviver e continuar sendo competitivo no mercado.
Há alguns anos, o ideal de viver em um mundo totalmente conectado à internet soava como um enredo de filme de ficção científica. Hoje, isso é algo real e cada vez mais próximo da sua plenitude.
Com o desenvolvimento acelerado da tecnologia, o mercado tende a se transformar no mesmo ritmo, deixando apenas dois caminhos para as empresas: se adaptar ou deixar de existir. Essa realidade, embora soe como algo negativo, não é nada ruim!
Na verdade, a disrupção digital impactará de forma decisiva nos mercados e indústrias, exigindo uma postura cada vez mais dinâmica e inovadora por parte das empresas. Por isso, essa pode ser a hora certa de romper com os antigos padrões.
Ter um olhar para o futuro é o primeiro passo para adaptar processos, produtos e serviços, bem como reformular estratégias para reposicionar marcas. Tudo isso é necessário para não perder espaço e ser engolido por outras corporações mais inovadoras.
Assim, podemos concluir que o conceito não está apenas mudando modelos de negócios, mas influenciando cadeias de valores e fragilizando barreiras entre indústrias.
Os disruptores mais bem-sucedidos empregam o que chamam de “perturbação disruptiva”, na qual várias fontes de valor — custo, experiência e plataforma — se fundem para criar modelos de negócios e ganhos exponenciais.
Os riscos de ignorar a disrupção digital na sua empresa
Desde que a disrupção digital começou a ganhar espaço em discussões no meio empresarial, muita coisa mudou. No início, algumas pessoas ainda não acreditavam tanto em seu potencial e acabaram a ignorando.
Atualmente, já sabemos que esse não é um processo passageiro. Pelo contrário, está se intensificando cada vez mais. Prova disso é que um levantamento recente da consultoria Bain & Company destacou que 85% dos executivos acreditam que a disrupção manterá ou aumentará seu ritmo nos próximos anos.
Disrupção digital: ameaça para quem não pensa em inovar!
A verdade é que a disrupção digital é ameaçadora para negócios que insistem em se prender ao passado! Ainda tem dúvidas disso?
Uma pesquisa divulgada pelo Global Center for Digital Business Transformation (DBT Center), realizada em conjunto com a Cisco e IMD, contou com a participação de 941 líderes empresariais. Eles atuavam em 12 ramos diferentes em países como Brasil, Austrália, Alemanha, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, México, Rússia e Reino Unido.
A conclusão foi que 4 das 10 principais empresas avaliadas corriam o risco de desaparecer. Ou seja, elas poderiam sumir do mapa justamente pela dificuldade de adaptação à era da convergência digital e da Internet das Coisas.
A pesquisa ainda apontou que:
- Em 45% dos casos, a disrupção digital é desprezada entre os níveis mais altos das corporações;
- 43% das empresas são incapazes de identificar algum tipo de risco em relação a esse conceito;
- 1/3 das empresas ainda assumem uma postura passiva e preferem ver uma ameaça concreta para tomar uma atitude;
- Apenas 1/4 das organizações mostra uma postura mais proativa, quando o tema é a disrupção digital.
O estudo da DBT Center revelou também que o setor de tecnologia em produtos e serviços será o que mais sentirá os efeitos. Já a indústria farmacêutica demorará mais tempo para ser influenciada pelo conceito.
Sendo assim, a disrupção digital pode ser uma ameaça real à sobrevivência empresarial. A boa notícia é que o futuro de cada negócio depende de como ele encara esse desafio.
Como se adaptar e evoluir com a disrupção digital?
Sobreviver à disrupção digital é plenamente possível. No entanto, é preciso agir e reagir o quanto antes para não “perder o timing” e ficar para trás. Nesse sentido, algumas iniciativas devem ser consideradas, como:
- Integrar novas estratégias e metodologias inovadoras;
- Desenvolver novos modelos de negócios;
- Aderir à digitalização;
- Acompanhar a evolução tecnológica.
A adoção de modelos de negócios mais atuais e contextualizados com a dinâmica do mercado e do novo consumidor é essencial. Isso envolve romper com métodos tradicionais, processos manuais e burocráticos e investir em soluções digitais.
Nesse sentido, contar com o apoio de parceiros inovadores é uma decisão estratégica. Esse tipo de parceria pode acelerar a transformação digital da empresa e integrar, de vez, novos recursos e ferramentas digitais capazes de otimizar suas operações e resultados.
Use a disrupção digital a favor do seu negócio!
Entre as empresas de tecnologia, há uma corrida para se desenvolver inovações disruptivas. A aposta da Intel, por exemplo, é na “internet das coisas”, ou seja, na comunicação entre objetos pela rede mundial de computadores, com dados armazenados na nuvem.
Fernando Martins, diretor-executivo da Intel, exemplifica: “O painel do veículo vai ser conectado em uma série de serviços, como o seguro. A seguradora poderá monitorar como você dirige. O motorista consciente terá seguro mais barato”, diz.
No entanto, a IoT é só um entre os diferentes recursos que podem ser explorados pelas empresas para se tornarem mais disruptivas. Além dele, também podemos citar:
- Machine Learning;
- Cloud Computing;
- Big Data;
- Inteligência Artificial;
- Redes 5G;
- Automação.
Por fim, em contexto de intensas transformações, investir em tecnologia, conectividade e interoperabilidade de dados deve estar no radar de toda empresa. Aliás, as organizações mais disruptivas do mundo já iniciaram a sua jornada e abriram o caminho.
Agora, é hora de seguir os bons exemplos e tornar seu negócio cada vez mais digital. Para começar, o que acha de entender melhor o conceito de Smart Cities: as cidades inteligentes?
Por: Carlos Segatin – Senior Solutions Architect da Ascenty